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São Paulo - Mais de quarenta anos depois dos Novos Baianos surgirem no cenário da música brasileira, o conceito por trás do coletivo que desafiou a repressão do regime militar vivendo em comunidade e produzindo músicas que mesclavam a sonoridade regional e o samba com o rock psicodélico segue forte, com diversos novos artistas citando o grupo baiano como influência.
A banda paulistana Quebra-Cabeça pode dizer que, além de influência, os Novos Baianos estão no seu DNA, pois três dos seus integrantes são filhos de membros dos Novos Baianos, e um é afilhado do letrista Galvão. Os percursionistas Luam e Tom Morais são filhos de Bola Morais, que fez percussão no lendário grupo baiano, e o baterista Rafael Dolinski também seguiu os passos do pai Baixinho, dono das baquetas nos Novos Baianos. O guitarrista Peu Sousa tocou com o padrasto Galvão e com outro novo baiano, Moraes Moreira, além de tocar no disco Admirável Chip Novo, da cantora Pitty.
O primeiro disco do Quebra-Cabeça, Tudo Pode, que faz parte do projeto "Aos Nossos Pais", é autoral, com faixas inéditas, mas traz embutida a ideologia por trás dos Novos Baianos, que muito antes da palavra "coletivo" virar moda, levava o conceito ao pé da letra, vivendo, compondo e tocando juntos em um sítio de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A capa do disco é de Antonio Peticov, artista plástico identificado com o tropicalismo, e a referência direta ao Novos Baianos é a inclusão da música Colégio de Aplicação em uma das faixas de Tudo Pode.
Para promover o lançamento do disco, o Quebra-Cabeça fez um show em Santos e seguem em turnê com três apresentações marcadas no Teatro do Sesc Casa do Comércio, em Salvador, berço dos Novos Baianos, nos dias 26, 27 e 28 de novembro. Os shows tem participação especial de Baby do Brasil (ex-Baby Consuelo, vocalista dos Novos Baianos e madrinha do Quebra-Cabeça) e do compositor Galvão, representando a banda inspiradora, além do cantor e compositor Luís Melodia, e serão gravados para um futuro DVD ao vivo.
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