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1.2.10

Patricia Polayne Cantora e compositora sergipana leva dois prêmios em festival na BA

 Patrícia Polayne
Cruzeiro On Line
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Conhece a música contemporânea de Sergipe? Já ouviu falar de Patrícia Polayne? Não? Então é hora. Boa representante dos sergipanos, a cantora e compositora venceu em duas categorias (melhor música com letra e melhor arranjo), pela canção "Arrastada", o 1º Festival Nacional das Rádios Públicas - Arpub, que teve cerimônia de entrega dos prêmios com shows de Armandinho Macedo e Fernanda Takai, na sexta-feira em Salvador. O trombonista baiano Hugo San foi o vencedor na categoria de música instrumental com "Sinfonia Primeira de Pagode". 

O tecladista potiguar Eduardo Tauffic ganhou o prêmio de melhor instrumentista e o carioca Guima Moreno levou o de intérprete. Em palco montado na Praça Pedro Archanjo, no entorno do Pelourinho, os 20 finalistas receberam certificados, mais troféu (um disco de ouro) e prêmios em dinheiro para os vencedores. Para cada uma das categorias foram R$ 15 mil (as duas composições) e R$ 10 mil (arranjo, intérprete e instrumentista). Dividido entre a música instrumental e a com letra (daí Armandinho e Fernanda representando cada segmento), o festival contemplou gravações inéditas.

Não houve apresentação de nenhum concorrente: as músicas podiam (e podem) ser ouvidas no site
www.arpub.org.br e foram executadas antes da cerimônia na sexta-feira. O voto do público via internet contou ponto e somou-se aos dos insuspeitos jurados: 
- Benjamin Taubkin (músico, pesquisador e aglutinador de diversos encontros na área musical),
- Kiko Ferreira (diretor da rádio Guarani FM de Minas Gerais) e
- Edson Natale (compositor, músico e coordenador do setor musical do Instituto Itaú Cultural).

Teria sido mais interessante se pelo menos as duas vencedoras pudessem ser mostradas ao vivo para o público de mais de 1 mil pessoas que lotou a praça, porque certamente despertou curiosidade em quem não as conhecia. A cerimônia e os shows foram transmitidos ao vivo por diversas rádios públicas do País. Nas etapas seletivas estaduais, mais de 400 compositores e cantores tiveram suas músicas veiculadas pelas emissoras participantes. Apesar de se chamar festival nacional, porém, só dez Estados da Federação participaram do concurso. O presidente da Arpub (Associação das Rádios Públicas do Brasil), Orlando Guilhon, almeja alcançar todos os demais para a próxima edição, que já está na pauta do Ministério da Cultura, patrocinador do festival.

"Por sermos rádios públicas já temos o desafio de divulgar o que há de melhor, aquilo que as comerciais não fazem, o está sendo feito de novo em cada região do País, sem menosprezo pelos grandes nomes da música popular que estão aí, mas mostrando um lado diferencial deles", observa Guilhon. "Agora estamos num processo de discussão para ampliar a linha editorial musical, porque acabamos caindo num outro lado, que é ficar excessivamente preso à música de raiz, à música regional, partindo do princípio de que o pop e o rock já tocam nas rádios comerciais e tal e a gente não precisa tocar isso. Mas não é verdade: tem muito pop-rock bom que não toca nas comerciais. Então, estamos abrindo um pouco a cabeça, o que não é uma coisa fácil, porque isso não se faz só a partir de uma decisão de gestão. Você tem de conquistar o coração dos programadores, que são quem efetivamente fazem as rádios."

O objetivo é continuar dando peso grande à música local, mas também ousar e fazer o link com o nacional. "Abrir espaço na nossa programação, para que o ouvinte do Rio possa saber o que está acontecendo no Acre, na Bahia, no Rio Grande do Sul e vice-versa", segundo Guilhon. A Educadora da Bahia e a Peripê de Sergipe já vêm fazendo isso e servem de inspiração.

Esse festival também representa um passo nessa direção. Salvador, aliás, não foi escolhida por acaso. Um festival que os baianos realizam há sete anos serviu de modelo para este em nível nacional. Para Patrícia Polayne a iniciativa é estimulante para difundir a pouco conhecida música de Sergipe na maior parte do País. Emocionada, na segunda vez que subiu ao palco, para receber o prêmio principal, ela frisou que desde que se conhece por gente se dedica à música e vive disso. "Sou mulher, compositora, do menor Estado do Brasil. Sou minoria em todos os sentidos", afirmou. Curiosamente, um trecho da letra de "Arrastada" diz: "...E descobriu que o novo que tanto procurava/ não estava na grandeza, mas no menor do Brasil."

Sergipana de nascimento, Patrícia passou boa parte da infância e da adolescência no Rio de Janeiro, mas fez o caminho inverso dos retirantes e voltou para a terra de origem, cuja sonoridade aparece mesclada com a linguagem pop/folk de sua música. "Essa pequenez de Sergipe se traduz em outros níveis, nas aparições, nas oportunidades. A gente tem lá uma cena muito nossa, um movimento muito bonito, o folclore lá é muito forte, mas falta uma política de projeção para fora. Esse festival da Arpub é um passo importante para termos nossa música difundida, o que é diferente de divulgação."

Nos bastidores, Patrícia distribuía a alguns eleitos seu primeiro, único e revelador CD, "O Circo Singular (As Canções de Exílio)", gravado com incentivo da Funarte (Fundação Nacional de Artes). A produção é de Junior Areia, baixista da banda pernambucana mundo livre s.a., e além de "Arrastada", traz um punhado de belas canções, como "Lentes de Contato", "Quintal Moderno", "Aparelho de Memoriar" e "Rio Sim", esta com duas versões, uma com participação de Roberto Menescal. Vale a pena ficar atento a seu trabalho. (Lauro Lisboa Garcia - AE)

fonte: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=42&id=261515 

  
Patrícia Polayne - Circo Singular

 

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