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12.11.10

Noel Rosa - Um novo século

Music News - 12/11/2010 - Por Sylvio Novelli - Assessoria em Comunicação
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A partir do dia 23 de novembro, o Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB-SP) realiza o projeto “Noel Rosa – Um Novo Século”, em homenagem ao centenário de um dos maiores compositores da música popular brasileira. Com curadoria e direção artística do músico Luís Filipe de Lima, os espetáculos têm participações de Paulo Miklos, Marina de la Riva, Jards Macalé, Quinteto em Branco e Preto, Arto Lindsay, Kassin, Moreno Veloso, Domenico Lancelotti, Pedro Sá, Benjamim Taubkin e do grupo Brasøv, que fazem verdadeiros encontros musicais semanais, relembrando as principais obras de Noel.
As apresentações acontecem no Teatro do CCBB-SP sempre às terças-feiras, (dias 23 e 30/11, 7 e 14/12), em dois horários: às 13h e às 19h30. Os ingressos custam de R$ 3,00 a R$ 6,00.
Encontros - Além das canções clássicas, o público irá presenciar encontros inusitados, como, por exemplo, a parceria entre Paulo Miklos e Quinteto em Branco e Preto ou Marina de La Riva dividindo o palco com Benjamin Taubkin. O curador do projeto, Luís Filipe de Lima explica como foram escolhidos os artistas e os respectivos duetos: “nosso objetivo foi selecionar artistas que possuíssem estilos de certa forma distantes do samba e da musicalidade de Noel. Decidimos não fazer escolhas óbvias para reforçar assim o caráter contemporâneo das obras, que são abertas a interpretações atuais em todos os tipos de estilos”.
O projeto conta também com projeções em vídeo de personalidades do mundo da música – incluindo alguns dos participantes do projeto – e “anônimos” comentando sobre a genialidade da obra de Noel Rosa. Entre outros nomes que participam dos vídeos estão Sergio Cabral, Chico César, Luiz Tatit, Lucas Santtana e Henrique Cazes.
A série musical “Noel Rosa – Um Novo Século”, convida alguns artistas a prestarem homenagem, por meio da releitura das obras, a esse profícuo compositor, que em apenas 26 anos de vida compôs mais de 300 músicas, das quais cerca de sessenta são lembradas nas apresentações. Com esse ciclo de música o CCBB oferece ao público um panorama do que foi a obra de Noel por meio de suas composições mais populares (re)vistas por criativos músicos contemporâneos.
NOEL ETERNO
Na opinião de muitos historiadores, críticos, artistas e pensadores de nosso país, Noel Rosa é o mais importante compositor da história da música popular brasileira. De uma importância que pode ser resumida em duas palavras: transformação e integração. A transformação empreendida por Noel Rosa nos anos de 1930 diz respeito à lírica da canção popular. Antes, a letra coloquial, anedótica, debochada, satírica, confinava-se aos limites da canção carnavalesca. As letras ditas "sérias", principalmente as de cunho romântico, perdiam-se em preciosismos, em imagens parnasianas, em exageros poéticos.
Foi Noel Rosa quem demonstrou — com suas letras inspiradas no linguajar do povo, nos episódios do dia-a-dia, nos personagens de sua cidade, nos temas de sua época e ao mesmo tempo de todas as épocas, como os maus governos, a falta de dinheiro, a fome, o crime, a mendicância, a marginalidade, a boêmia — que tudo cabe numa canção "séria", ainda que haja lugar também para o humor e a crítica irreverente. É verdade que, nessa transformação, ele não esteve sozinho. Mas nenhum de seus contemporâneos levou tão longe sua proposta: até em suas canções de amor, Noel desce das alturas do poeta derramado para o chão do homem comum. A letra de música torna-se, definitivamente, outra forma de arte depois dele.
Quanto à integração, refere-se às conscientes viagens que realizou morro acima (Mangueira, Salgueiro, São Carlos, Serrinha, Gamboa, Favela), atrás dos compositores negros responsáveis, nos anos 20 e 30, pelo melhor samba carioca. Noel tornou-se parceiro deles e, como nenhum outro, integrou-se à estética de cada um. Numa época em que parcerias interraciais praticamente inexistiam, o jovem branco, culto, da classe média de Vila Isabel, se uniria a nada menos de treze sambistas de morro (entre os quais Cartola, Bide e Antenor Gargalhada) para enriquecer a música deles e, principalmente, a sua própria. Com isso, seus sambas tornam-se modelos da grande canção popular que se consolidou na chamada Época de Ouro da música brasileira (1930-1945).
Para além de sua geração, Noel serviu de padrão à produção de muitos compositores brasileiros, de diversas épocas e extrações – basta lembrar, entre tantos outros, de Chico Buarque, Tom Jobim, Paulo César Pinheiro, Aldir Blanc, Lupicínio Rodrigues, João Nogueira, Paulo Vanzolini e Dorival Caymmi. É, nessa medida, uma das principais matrizes da canção brasileira. Sua obra, atemporal e dotada de imenso poder de comunicação, tem sido alvo de permanentes ciclos de redescoberta entre o público jovem. Por tudo isso, é imperativo celebrar o centenário de Noel Rosa, não apenas pela evidência da efeméride, mas sobretudo pela necessidade permanente de realimentar o cenário musical brasileiro com aquela que é uma das suas principais fontes.
PROGRAMAÇÃO
Dia 23 de novembro – Jards Macalé e Brasøv
Ícone entre os malditos da MPB, surgido em meio ao movimento tropicalista, Jards Macalé desfruta de grande intimidade com as canções de Noel, algumas das quais registrou em disco. A seu lado, a banda carioca Brasøv, conhecida pela irreverência e forte apelo cênico, que mistura influências como o pop brega dos anos 60 e 70 e a música do leste europeu. Macalé, entre outras canções, vai interpretar “Cor de cinza” e “O último desejo” enquanto o Brasov vai dar sua versão para “Onde está a Honestidade”, “Com que Roupa” e o “Gago Apaixonado”.
Dia 30 de novembro – Paulo Miklos e Quinteto em Branco e Preto
Músico, ator e vocalista da banda de rock Titãs, Paulo Miklos revisita a obra do Poeta da Vila com toda a sua verve. Ele divide o palco com o Quinteto em Branco e Preto, grupo que está na linha de frente da jovem geração de sambistas paulistanos. O encontro elenca alguns dos maiores sucessos de Noel e realça o caráter atemporal de sua poesia, seu humor ácido, a crítica de costumes que permanece ferina e precisa. No repertório desse show estão, entre outras músicas, “Palpite Infeliz”, “O Feitiço da Vila”, “Três apitos” e “Mentiras de Mulher”. 
Dia 7 de dezembro – Marina de la Riva e Benjamim Taubkin
Marina de la Riva é cantora brasileira com notável influência da música cubana, herança de sua ascendência paterna. Ela propõe releituras instigantes do estro noelino, transitando por referências diversas. O pianista e compositor Benjamim Taubkin, um dos maiores nomes da música instrumental brasileira, também participa do programa, ora na condição de solista, ora dialogando com Marina. Entre alguns temas instrumentais, Benjamim Taubkin irá interpretar “Fita Amarela”, “Coração”, “O Pulo da Hora”. Já Mariana de la Riva vai cantar uma versão em ritmo de salsa para “A melhor do Planeta” e  “O xis do problema”, entre outras. 
Dia 14 de dezembro – Arto Lindsay, Kassin, Moreno Veloso, Domenico Lancelotti, Pedro Sá e Luís Filipe de Lima
O músico, compositor e produtor Arto Lindsay mostra sua personalíssima leitura da obra de Noel, ladeado por importantes nomes da cena pop contemporânea brasileira: Kassin, Moreno Veloso, Domenico Lancelotti (que integram, entre outras formações, a Orquestra Imperial). Os quatro são “escoltados” pela guitarra de Pedro Sá e o violão de sete cordas de Luís Filipe de Lima. No repertório canções como “Mulata Fuzarqueira”, “Tarzan, o Filho do Alfaiate” e “Conversa de Botequim”.
Serviço
Centro Cultural Banco do Brasil 
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro - São Paulo

Informações: (11) 3113-3651 / 3113-3652

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